É como eu costumo dizer acerca do provérbio, separar o joio do trigo, que é uma máxima a exercitar durante toda a nossa vida.
Tenho mais do que experiência sobre o assunto, na vida pessoal e na vida profissional porque trabalho desde os 16 anos e já tive o prazer de trabalhar e relacionar-me com gente muito agradável, bem como o desprazer de conhecer e conviver com algumas "almas sebosas". É triste, mas é a pura verdade e acredito que toda a gente já passou por isso ou passa, infelizmente.
Nos meus 31 anos posso exemplificar relações sociais difíceis com gerentes, advogados, inspetores, supervisores com os quais trabalhei e que, trataram-me abaixo de cão, com humilhação no âmbito profissional e até sabotagem no trabalho por não ter cedido a chantagem sexual ou coisas do gênero, das mais sórdidas possibilidades de abordagem, sempre com o intuito de servir-se fisicamente, sem que houvesse qualquer tipo de respeito pela relação profissional estabelecida, havendo até retenção do salário para fazer face as despesas mensais e que era para isso que estava a trabalhar e não por outro motivo.
Só posso considerar lamentável a existência de gente dessa estirpe no mundo, quem me dera nunca as tivesse conhecido sequer e até sei que ainda terei que lidar com outras assim, só que agora com mais casca e com outra forma de defesa. Essas criaturas são sem dúvida frustrados e que como não vivem bem, necessitam de espalhar esse mau-estar por onde passam. Por isso, devemos ter muito cuidado ao mostrar quem somos aos outros, principalmente os nossos pontos fracos, sensibilidade, dificuldades, problemas familiares e etc, até porque antes de o fazer precisamos ver realmente com quem estamos a lidar para que isso não se torne um problema ainda maior nas nossas vidas.
As relações emocionais embora mais íntimas e de caráter pessoal, pode tornar-se difícil quando não deveria ser. São normalmente estabelecidas com os familiares, amigos, colegas e agregados familiares que conhecem-nos profundamente, as nossas atitudes, jeito de ser, sentimentos e o nosso silêncio.
Tenho familiares difíceis de conviver porque acham que mandam na minha vida, já passei 8 anos a morar na mesma casa que um agregado familiar sem sequer lhe cumprimentar, já discuti forte e feio com minha irmã, já disse verdades a familiares que até hoje não falam comigo. Já ouvi mentiras em tribunal do meu pai e até hoje não lhe falo, já estive no meio de acusações das mais absurdas que hoje transformaram-se em elogios porque a minha vida não seguiu o caminho que eles tinham predestinado para mim.
Em contrapartida, tenho amizades que duram 29 anos, 22 anos, 16 anos, 12 anos, 1 ano e por aí vai sempre com a mais sincera relação de confiança, afinidades e fraternidade. Emocionalmente sempre considerei a verdade, o respeito e a sinceridade os pilares desses relacionamentos, porque só assim sabemos com quem estamos a lidar e as pessoas sabem até onde podem contar conosco.
Não compreendo qual é o interesse em mentir para uma dessas pessoas com as quais envolvemo-nos emocionalmente, se é que essa pessoa é realmente de confiança e que supostamente conhece-te. Não vejo motivo para esse tipo de coisa acontecer, a menos que sejas apenas um "degrau" ou um "ouvido", nada mais que isso. Tenho dificuldade em compreender determinadas mentes que querem ser aceitas mas não aceitam, que querem a toda a força moldar-nos mas não enxerga os seus defeitos, achando-se perfeito e acima do bem e do mal. Não respeitam a linha limite entre a sua individualidade e personalidade de cada um, e claramente não possuem qualquer respeito para com essa relação emocional que foi estabelecida por simpatia, afinidade, sangue ou estabelecida por constituição familiar.
Quando falo de algo penso em mim também, vejo antes de tudo a minha conduta para com o outro. Agir de forma diplomática nas relações sociais é a melhor das posturas, sem intriga, mas mantendo o seu ponto de vista, caráter, profissionalismo e acima de tudo integridade física e psicológica. Nada de fazer porque todo mundo faz, ou agir porque todo mundo age. Eu não sou fruto do ambiente aonde estou inserida, sou sim fruto dos valores que adquiri durante toda a minha vida e são esses valores que pretendo transmitir e deixar a marca por onde passo.
As minhas relações emocionais estão longe de serem perfeitas, mas de uma coisa eu sei. Cada um é um ser individual, com personalidade distinta e maneiras de agir igualmente singular, por isso se eu devo me relacionar com essa pessoa e não tenho qualquer tipo de afinidade, esta relação basear-se-á apenas no respeito mútuo e mais nada.
Agora se é alguém que eu gosto, mas tem uma coisa ou outra que não me agrada mas, que não interfere na minha vida, esta relação será apenas de coleguismo, pois devo respeitar o outro na medida que ele me respeita e dar o melhor de mim, até certo ponto, sem demasiada confiança porque esta pessoa facilmente não vai me entender porque não pensa como eu.
O amigo de verdade é diferente de você mas, entende o seu ponto de vista, respeita a sua conduta, não mente para ti, não te usa, não faz de você degrau porque ele ama você muitas vezes até mais do que alguém da família. E não me venham com a treta de que só por ser de sangue é mais importante, porque muitas vezes encontramos mais consolo nas pessoas de fora do que nos de dentro de casa.
Ás vezes quando temos amigos, parentes e agregados e, de repente surge um problema e esse problema não é resolvido, porque o outro não é transparente ou porque não se proporciona o diálogo, é hora de rever essa relação e muitas das vezes até cair fora devido a forma tóxica, interesseira e unilateral que ela se mantém. Muitas vezes esta é sem dúvida a melhor opção!
Por isso, entenda que é um ser nesta imensidão que não deve deixar de caminhar só porque os outros não conseguem e não querem permitir, você deve agir por sua mente, caminhar pelos seus pés, não se agarrar as coisas do mundo, bem como riquezas e vaidade, porque tudo isso passa, é superfluo. Mas, o amor ao próximo, o que você dá de si ao trabalho e as pessoas com as quais convive, isso sim é fruto saboroso e torna mais fácil a nossa vida e a vida daqueles que conseguem valorizar-nos assim como nós fazemos.
By Clênia Daniel.
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